Na semana nacional de lutas por autonomia universitária e contra a Reforma Administrativa, docentes de diferentes estados se unem para reivindicar uma universidade verdadeiramente democrática e autônoma e denunciar, mais uma vez, as intervenções do Governo Federal. A Universidade Federal do Ceará (UFC) é uma das instituições que estão sob intervenção após Jair Bolsonaro nomear, há mais de um ano, para o cargo de reitor um candidato com votação pífia na consulta feita à comunidade universitária.
A ADUFC-Sindicato convida professores e professoras e toda a sociedade a lutar pela autonomia da universidade pública, na medida em que esse princípio existe para a proteção da instituição e para a garantia do interesse coletivo nela constituído. A entidade também manifesta o total repúdio ao cenário atual no qual se encontram a UFC e outras instituições e aos atos autoritários e ilegítimos que vêm junto com essas intervenções.
Desde o início, o governo Bolsonaro deixou claro que a educação seria sua principal trincheira e que professores, estudantes e profissionais da educação seriam os alvos escolhidos como inimigos. A intervenção na UFC replica a atmosfera autoritária e obscurantista do governo federal, seja pela truculência na relação com os conselhos superiores e unidades acadêmicas, seja pela perseguição política a docentes que ousam discordar da administração superior. O clima institucional hoje na UFC é de coerção, imposição, oportunismos, mal encobertos pela propaganda personalista e ufanista da intervenção.
No último dia 4 de dezembro, reitoras e reitores eleitos e não empossados por Jair Bolsonaro nas universidades federais lançaram uma carta denunciando a falta de respeito à vontade da comunidade acadêmica e acusando o presidente da República de promover “procedimentos danosos de intervenção” no ensino público superior. A carta teve 14 signatários, incluindo o Prof. Custódio Almeida, reitor eleito e não empossado na UFC.
Integrando a semana de mobilizações, o dia 8/12 foi marcado pela plenária online “Em defesa da autonomia e democracia nas instituições federais de ensino”, na Associação dos Docentes da Universidade de Brasília (ADUnB). O evento contou com participação de reitores eleitos e não empossados, parlamentares, lideranças, entidades representativas, comunidade acadêmica e sociedade geral.
Na quarta-feira (9/12), a agenda de lutas contou com audiência no Congresso Nacional sobre a Reforma Administrativa durante a manhã e com mobilização no Ministério da Educação (MEC). Hoje, 10/12, serão realizados carreata e Ato Nacional contra a Reforma Administrativa, com concentração em frente ao Palácio do Buriti, a partir das 12h, em Brasília. Todas essas ações são apoiadas pelo ANDES-Sindicato Nacional.