Em reunião nesta quinta-feira (10/12), o Conselho de Representantes (CR) da ADUFC aprovou, por unanimidade, a prestação de contas do primeiro ano da atual gestão do sindicato. O balancete fiscal, que se refere ao período de junho de 2019 a junho de 2020, foi apresentado pelo Prof. Júlio Barros, do Departamento de Estatística e Matemática Aplicada da UFC, que é o presidente do Conselho Fiscal da ADUFC. Ele apresentou parecer favorável às contas da ADUFC, que foi acatado por todos os membros do CR presentes.
Além da aprovação da prestação de contas, o colegiado também votou para que a diretoria acate todas as recomendações feitas pelo Conselho Fiscal, realize análise comparativa dos gastos das gestões anteriores e divulgue amplamente o parecer do Conselho Fiscal. O parecer acatado no CR será submetido à Assembleia Geral Ordinária, em janeiro, que terá como ponto único de pauta a apreciação das contas do sindicato.
A prestação de contas apresentada foi analisada de acordo com documentos enviados: demonstrativos financeiros, balancetes contábeis e extratos de contas. O resultado líquido no período foi positivo, o que propiciou considerável recuperação do saldo da ADUFC, que passou a ter R$ 830.552,75, com uma média mensal de R$ 63.888,67 de saldo positivo. Nos meses referentes a 2020, o saldo mensal foi bem superior a este valor médio. Conforme explicou o presidente da ADUFC-Sindicato, Bruno Rocha, isso deve ao plano de recuperação das contas aprovado pelo CR no início da atual gestão.
O Conselho Fiscal ressalta a importância de que os conteúdos e análises da auditoria realizada em 2019, que inclui o desempenho financeiro da gestão anterior da ADUFC, sejam amplamente discutidos para que se possa ter uma compreensão mais objetiva acerca da realidade financeira, contábil e administrativa do sindicato quando do início da atual administração. Acesse o parecer no Conselho Fiscal na íntegra AQUI.
O Prof. Bruno Rocha elucidou algumas questões levantadas durante a reunião, como a distinção entre as contas bancárias principais da instituição. “Temos duas contas principais, a da ADUFC e a do Plano Collor, que é um fundo que não pertence a todos os filiados. Esse fundo foi criado por um grupo de filiados e a ADUFC só abriga esses recursos”, destacou. “Nos comprometemos a continuar zelando pelas contas da entidade”, acrescentou o docente.
A prestação de contas revela o resgate do equilíbrio financeiro do sindicato após a gestão atual assumir a instituição com saldo zerado. O Prof. André Ferreira, tesoureiro da ADUFC, lembrou que, na prática, a atual gestão assumiu com déficit financeiro, uma vez que herdou dívidas e processos trabalhistas relativos à administração anterior. “A questão financeira passa por uma responsabilidade em relação à entidade e vai muito além de posições políticas específicas. Podemos ter divergências em termos políticos, mas é obrigação de todos nós que estamos nos dispondo a construir esse sindicato zelar pelo patrimônio dele, porque a gente sabe da importância disso para a luta política”, ressaltou.
CR discute encaminhamentos após análise jurídica de auditoria das contas de 2015-2019
Após a prestação de contas, a advogada Lidiane Uchôa, da assessoria jurídica da ADUFC, apresentou uma análise da auditoria externa contratada pelo sindicato para analisar as contas das duas últimas gestões. O período auditado foi de junho de 2015 a maio de 2019. De acordo com a advogada, a empresa apontou diversos indícios de irregularidades das administrações anteriores.
O Prof. Bruno Rocha explicou na reunião que a atual diretoria, por responsabilidade, só decidiu expor todos os prováveis ilícitos das gestões passadas após uma análise cautelosa dos resultados da auditoria.
Lidiane Uchôa fez um resumo do cenário financeiro da ADUFC-Sindicato até o início de 2019 e dividiu as indicações de irregularidades apontadas pela auditoria em duas categorias: pontos que já podem ser concluídos como indícios de irregularidades e aqueles que ainda estão sendo analisados.
A advogada apontou alguns dos pontos indicados pela auditoria que já revelam indícios de ilicitudes mais evidentes da última gestão da ADUFC: uso de cartões corporativos para benefício pessoal por parte de integrantes da diretoria; contratação de advogado para fins pessoais, com contrato de R$ 15 mil; e processos trabalhistas de ex-empregados que trabalhavam sem vínculo empregatício formal. A assessora jurídica também citou a conivência do Conselho Fiscal em relação às irregularidades da diretoria passada.
Em novembro, a ADUFC tomou conhecimento, por meio de intimação, de um pagamento a fazer no valor de R$ 85 mil relativo à ação movida por uma empresa que prestava serviços de zeladoria à época. O contrato teria sido quebrado por falta de justificativa, e o processo foi movido no final da gestão anterior, que ignorou as intimações judiciais.
Em votação, o CR decidiu sistematizar os pontos identificados pela auditoria com análise jurídica, o encaminhamento de ações de reparação de danos materiais e a autorização da análise técnica na sede Cariri.
Na reunião, estava prevista a análise do regimento interno do Observatório do Assédio Moral nas Universidades Federais do Ceará, que, devido à falta de tempo para discussão, ficou para ser apreciado na próxima reunião do Conselho de Representantes.