A diretoria do ANDES-SN se reuniu, na última quarta-feira (25), com representantes das seções sindicais cujas instituições sofreram intervenção do governo de Jair Bolsonaro na nomeação de reitores. Até o momento, já foram nomeados interventores em 18 universidades e institutos federais, incluindo a Universidade Federal do Ceará (UFC), que está sob intervenção há mais de um ano.
O encontro virtual contou com a presença da Assessoria Jurídica Nacional e com integrantes da diretoria nacional eleita no início do mês e que será empossada na próxima semana.
Muitos docentes fizeram relatos de perseguições a professores, estudantes e técnicos que se posicionam contrários às gestões interventoras, com processos administrativos, denúncias anônimas às ouvidorias e até ao Ministério Público. Em algumas instituições, os interventores têm atropelado as deliberações dos órgãos colegiados, como o Conselho Universitário. Ambas as situações têm acontecido na UFC, conforme a ADUFC vem denunciando.
Diante desse cenário, e com a perspectiva de que essa situação se prolongue, os docentes apontaram encaminhamentos para nacionalizar a luta em defesa da autonomia universitária. Entre as propostas estão a realização de uma audiência pública no Congresso Nacional; a consolidação de um dossiê para registro histórico e ampla divulgação da realidade vivenciada nas IFE; reunião com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), onde tramitam duas ações contra a intervenção do presidente da República nas universidades; ampla campanha publicitária de abrangência nacional; e a organização de um dia nacional de paralisação em defesa da democracia e autonomia das instituições.
Esses encaminhamentos serão discutidos com a nova diretoria e levados para a reunião do Setor das Instituições Federais de Ensino (Ifes), prevista para o início de dezembro.
(*) Com informações do ANDES-SN