Para além da defesa da universidade pública e da carreira docente, a ADUFC entende ter um papel social na luta por uma sociedade mais justa. Diante do cenário que se apresenta no Ceará, com 38,4 mil casos confirmados, quase 47 mil em investigação e cerca de 3 mil mortes por Covid-19 (*), o sindicato está ampliando o orçamento para suas ações de apoio e solidariedade a populações mais vulneráveis em isolamento social. Essas ações vão envolver recursos da ordem de R$ 10 mil mensais – podendo alcançar o teto de R$ 20 mil quando for utilizado também o orçamento dos Grupos de Trabalho (GTs). Essa ampliação foi aprovada na mais recente reunião do Conselho de Representantes do sindicato, feita por videoconferência no último dia 12. Só esta semana, 200 cestas básicas foram distribuídas para diversas instituições.
Quer ajudar a ampliar essa rede de solidariedade? A ADUFC criou uma conta poupança para os que desejarem realizar doações para as ações apoiadas pela entidade (ver card abaixo). Nesta semana, já foram doadas 300 máscaras de acetato (face shields) para a Faculdade de Medicina (Famed) da UFC. Além destas, o sindicato doou material para a produção de outras 2.100 máscaras, que foram distribuídas para hospitais da região do Cariri. As doações são resultado de uma parceria com os professores e de técnicos dos cursos de Engenharia de Materiais, de Design, de Ciência da Computação e também dos Laboratórios de Calçados e Polímeros.
Atualmente, a Famed tem cerca de 240 internos que necessitam desses equipamentos. Eles estão em atividade nos Hospitais Universitários (Hospital Universitário Walter Cantídio e Maternidade Escola Assis Chateaubriand), Hospital Geral de Fortaleza, Hospital Geral Dr. César Cals, Instituto Dr. José Frota, unidades básicas de Saúde de Fortaleza e Caucaia e Iprede.
A colaboração da ADUFC veio num momento essencial. Segundo a Profª. Monica Façanha, do Departamento de Saúde Comunitária e atual coordenadora do Internato em Medicina, tem havido uma grande dificuldade com Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), já que normalmente esse material é fornecido aos alunos dos dois últimos anos da Faculdade pelas unidades de saúde em que estão trabalhando. “Com essa crise de desabastecimento, estamos correndo o risco de ter que suspender o internato, o que representará uma grande perda para os alunos, para vários dos locais em que estagiam, e para a sociedade, tanto no momento atual quanto no futuro, pois retardará suas colações de grau”, explica a professora.
Ainda na Famed, a ADUFC está contribuindo também com 30 cestas básicas para famílias atendidas pelo projeto de extensão “Aqui tem sinal de vida – inserção e abordagem comunitária”, do Departamento de Saúde Comunitária. A professora Larissa Fortunato tem se empenhado em conseguir doações para famílias que residem no Morro de Santiago, na Barra do Ceará, e que estão sofrendo não apenas com a pandemia, mas também com os altos índices de violência.
A ADUFC também iniciou colaboração com cestas básicas ao Centro Acadêmico Paulo Freire (C.A.P.F), que, apoiado pelo Conselho da Faculdade de Educação (Faced/UFC), está promovendo uma campanha solidária para arrecadar recursos e comprar cestas básicas, produtos de higiene e máscaras de proteção, para doação àqueles/as mais vulneráveis, entre os/as estudantes e os servidores terceirizados da Faced.
Segundo a diretoria da Faced e as coordenações dos cursos de Pedagogia, muitos integrantes da comunidade acadêmica estão passando por dificuldades econômicas, em decorrência das consequências do isolamento social. “São complicadores dessa situação o fechamento do restaurante universitário e o não recebimento do auxílio alimentação emergencial da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (PRAE), deixando muitos estudantes em situação financeira crítica. Além disso, muitas instituições de ensino privadas rescindiram os contratos de estágios de muitos estudantes”, apontaram.
Subsistência na cultura
Outra nova ação a que a ADUFC acaba de se somar é uma campanha de arrecadação de recursos para colaborar com a subsistência de 25 profissionais que trabalham em eventos culturais, e que compõem o elo menos favorecido da cadeia produtiva do setor cultural. São trabalhadores principalmente no ramo de iluminação, som, capatazia e limpeza e transporte. Foi concedido apoio à Via de Comunicação, realizadora do Festival Jazz e Blues, que lançou esta campanha no último dia 1º de maio. Segundo a empresa, os critérios para a seleção dos beneficiados foram: prestar serviços a pequenas empresas que atuam no segmento cultural, não terem nenhuma outra fonte de renda e serem arrimo de família. O objetivo é contemplar essas 25 famílias com auxílio de uma cesta básica semanal, durante três meses.
“Com muita alegria, neste mês de maio, estamos cumprindo nosso objetivo de colaborar com essas famílias. Sem que o apoio da ADUFC, isso não seria possível”, diz Maria Amélia Bernardes, diretora da Via de Comunicação. Em carta de agradecimento ao sindicato, ela informa que já foram encaminhadas 32 cestas destinadas à comunidade de Guaramiranga e que, na próxima terça-feira (2/6), serão contemplados os que residem em Fortaleza.
Indígenas e quilombolas também no raio de ação
A campanha “Agroecologia e Solidariedade”, do Centro de Estudos do Trabalho e de Assessoria ao Trabalhador (Cetra), recebeu 35 cestas básicas. Os alimentos serão destinados a famílias indígenas, quilombolas e agricultoras do Ceará. Outras 10 cestas foram serão destinadas a famílias mais afetadas no Conjunto Habitacional Cidade Jardim II, que possui cerca de 6 mil unidades habitacionais na periferia da capital e sofre com falta de infraestrutura e serviços essenciais. Os alimentos estão sendo encaminhados à Unidade Classista (UC), uma das responsáveis pelas ações no bairro, como parte da campanha “A vida acima dos lucros!”.
Mais 50 cestas básicas seguiram para o Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB), que está realizando a Rede Solidária do MLB, uma iniciativa popular para arrecadar recursos financeiros, materiais de limpeza e higiene. As famílias beneficiadas vivem em regiões de baixo poder aquisitivo e favelas, localizadas em Fortaleza, Caucaia e Juazeiro do Norte. Também estão incluídas nessas ações as comunidades indígenas de Capuã e as quilombolas de Porteiras (Caucaia).
Veja como doar pela ADUFC:
(*) Números atualizados às 17h53 de hoje (29/5), pela plataforma IntegraSUS, da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa).
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