Dando sequência à série de transmissões ao vivo que se intensificaram durante o período de isolamento social necessário à contenção do alastramento da Covid-19, a ADUFC realizou nos dias 3 e 13 de abril mais duas edições do projeto #EMPAUTA, sempre aberto à participação do público. Respectivamente, foram temas das discussões a desinformação e a vigilância tecnológica como desafios para a democracia; e o ensino remoto na pandemia e seus impactos na educação pública. Na próxima quarta-feira (22/4), a partir das 16 horas, uma nova live será realizada, discutindo o “Racismo Estrutural e a Covid-19: Desigualdades Sociais e Raciais”.
Em sua quinta edição, o #EMPAUTA da última segunda-feira (13/4) se propôs avaliar as implicações pedagógicas da substituição de aulas presenciais por remotas na Universidade Federal do Ceará (UFC) nas atuais circunstâncias de pandemia. Foram apontadas ainda faltas como planejamento, treinamento e condições tecnológicas adequadas e o peso delas na ação pedagógica. A relação dos governos com empresas privadas de tecnologia educacional também foi outro ponto debatido na transmissão. E também os riscos da massificação de aulas e atividades remotas na influência de conteúdos e metodologias de ensino na educação pública.
Participaram da transmissão e responderam perguntas dos internautas: Heulália Rafante, professora do Departamento de Fundamentos da Educação e Diretora da Faculdade de Educação da UFC; Jacqueline Ramos, coordenadora de disciplina no Curso de Pedagogia EaD, também da UFC; e ainda Salomão Ximenes, professor de Políticas Públicas da Universidade Federal do ABC (UFABC). A conversa foi mediada pela professora Irenísia Oliveira, vice-presidente da ADUFC e coordenadora do Curso de Letras Diurno da UFC.
O perigo da desinformação para a democracia
Durante a transmissão ao vivo anterior, no último dia 3, a ADUFC havia trazido à baila notadamente os prejuízos da desinformação no contexto atual. Com o tema “Fake News e vigilância tecnológica em meio à pandemia: Desafios para a Democracia?”, a live teve a participação da professora Helena Martins, do curso de Publicidade e Propaganda da UFC, onde coordena o Laboratório de Pesquisa em Políticas, Tecnologia e Economia da Comunicação; e do pesquisador Pedro Mourão, doutorando em Sociologia (Uece) – com estudo sobre comportamento político nas redes sociais – e graduando em Análise e Desenvolvimento de Sistemas. A conversa foi mediada pelo jornalista e professor da Universidade Federal do Cariri (UFCA), Tiago Coutinho, que é secretário-geral da ADUFC. Assim como a professora Helena Martins, ele também integra o Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social.
Políticas de democratização da internet para combater a disseminação de fake news estiveram entre os temas discutidos pelos debatedores. “É muito importante debatermos o acesso à internet, que é muito precário no país. Não há políticas de universalização. A lógica que funciona é a da comercialização de pacotes de dados e smartphones”, apontou Helena Martins. Segundo ela, os rumos que internet vai tomar depende também do quanto se vai conseguir avançar no processo de democratização da rede. “Não queremos abrir mão das possibilidades da rede, queremos disputar esse espaço diante de perspectivas democráticas e populares. É preciso evitar o monopólio e refletir sobre as empresas”, disse.
A pesquisadora lembrou um dos casos mais graves de disseminação de fake news, protagonizado pelo próprio presidente da República, citado por pesquisa da Universidade Federal do Rio de Janeiro divulgada no último dia 3. O estudo apontou que 55% das publicações pró-Bolsonaro nas redes sociais são feitas por robôs. Helena Martins sugeriu ainda a leitura dos materiais em construção pelo Intervozes com as diversas recomendações para diferentes agentes para conter a propagação da desinformação. Um desses materiais, de seis páginas, é uma espécie de cartilha simples e didática com “10 maneiras de enfrentar a desinformação”.
Série de transmissões ao vivo chega à 6ª edição
O sexto programa da série de lives #EMPAUTA vai ocorrer na próxima quarta-feira, dia 22 de abril, a partir das 16 horas. Desta vez, a discussão será puxada pelo Grupo de Trabalho (GT) de Políticas de Classe e Étnico-Raciais da ADUFC. Com o tema “Racismo Estrutural e a Covid-19: Desigualdades Sociais e Raciais”, participarão três professores/pesquisadores: Arilson dos Santos Gomes, professor da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab); Zuleide Fernandes, professora da Universidade Regional do Cariri (Urca); e Giane Elisa Sales, supervisora de Formação e Educação Permanente da Secretaria de Desenvolvimento Social da Prefeitura de Juiz de Fora (MG) dramaturga e diretora artística do Grupo de Artes Cênicas e Políticas “As Ruths”. A professora Inês Escobar, do Curso de Economia Ecológica da UFC, fará a mediação da conversa, que será transmitida novamente pelo canal no YouTube do sindicato e aberta à participação do público.
Participam das transmissões do #EMPAUTA professores das universidades federais do Ceará e de outras instituições, além de estudiosos e especialistas das mais diversas áreas. As últimas cinco lives realizadas pela gestão Resistir é Preciso podem ser assistidas, na íntegra, no canal da ADUFC no Youtube:
. Em Pauta #1 | “Reforma pra quem? Uma conversa sobre a Reforma da Previdência” (19/7/2019)
. Em Pauta #2 | “Prevenção do Coronavírus e a importância do SUS no combate à pandemia” (18/3/2020)
. Em Pauta #3 | “Preservação da vida ou do mercado?” (28.3.2020)
. Em Pauta #4 | “Fake News e vigilância tecnológica em meio à pandemia: Desafios para a Democracia?” (3.4.2020)
. Em Pauta #5 | “Ensino Remoto na pandemia e os impactos na educação pública?” (13.4.2020)
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ACESSIBILIDADE: A playlist com as edições traduzidas para LIBRAS pode ser acessada CLICANDO AQUI.