Diversos coletivos ambientalistas, povos indígenas, movimentos estudantis, sindicatos, educadores e parlamentares ligados à defesa das questões ambientais reuniram-se hoje (20/9), em Fortaleza, integrando-se a mais uma Greve Global pelo Clima. A capital cearense foi uma das 50 cidades brasileiras participantes das manifestações – cerca de 5 mil eventos foram programados para esta sexta-feira, em 150 países. Uma intervenção foi realizada durante toda a manhã na Praça Luiza Távora. Os protestos ocorrem na véspera do início da Cúpula pelo Clima, da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York.
De acordo com os participantes da intervenção em Fortaleza, a ideia é se somar e unir forças à luta para denunciar o colapso ambiental que ocorre em diversas partes do mundo. No Brasil, as manifestações vêm sendo impulsionadas por uma frente ampla chamada Coalizão pelo Clima, formada por 70 organizações e entidades que envolvem ativistas, coletivos, centrais sindicais e movimentos sociais. “Temos uma enorme responsabilidade hoje, a de denunciar e continuar lutando contra governos negligentes e que promovem os responsáveis pelo colapso ambiental que estamos vivendo”, alertou o físico Alexandre Costa, professor da Universidade Estadual do Ceará (Uece). Ele também integra o Fórum Ceará no Clima e o Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas.
Além da pauta ambientalista convencional, o movimento reúne organizações e pessoas de diferentes segmentos sociais. Na Praça Luíza Távora, os participantes se referiram, por diversas vezes, aos perigos da política ambiental do governo de Jair Bolsonaro. “Somos de um sindicato que entende que todas essas lutas que travamos agora também fazem parte do nosso trabalho. É a classe trabalhadora que, unida, soma forças no combate a esse tipo de ataque, de um governo que escolheu como grandes adversários a educação e o meio ambiente”, afirmou o biólogo e professor Bruno Rocha, presidente da ADUFC.
O professor aproveitou a intervenção e convidou os coletivos ambientais que participavam da ação para se integrarem à programação da tenda montada nos jardins da Reitoria da Universidade Federal do Ceará (UFC). No espaço, montado há um mês, também funciona o Comitê em Defesa da Autonomia Universitária. O grupo, formado por estudantes, docentes e técnico-administrativos da UFC, vem realizando atividades como aulas e debates públicos, além de aulas das disciplinas regulares que os professores têm trazido e atividades culturais. A intervenção foi finalizada com uma grande roda de toré organizada pelos indígenas da etnia Anacé, de Caucaia, Região Metropolitana de Fortaleza.
Fotos: Nah Jereissati/ADUFC-Sindicato