O presidente da Adufc-Sindicato, professor Enio Pontes, esteve nas cidades de Sorocaba e São Carlos, no interior de São Paulo, nos dias 03 e 04/10, a convite da diretoria do Sindicato dos Docentes em Instituições Federais dos municípios de São Carlos, Araras e Sorocaba – Adufscar.
O sindicalista participou da programação comemorativa da Adufscar, que este ano completa 40 anos de atividades. Ele ministrou palestra nas duas cidades paulistas sobre “os juros abusivos da Dívida Pública e seu impacto na educação”.
Enio Pontes fez uma análise da aplicação dos recursos federais destinados às áreas de ciência e tecnologia nos últimos anos e comparou o cenário brasileiro da ciência com os demais países latino-americanos.
Para Enio, o Brasil corre um sério risco de perder a dianteira da pesquisa científica no Continente. “A decisão do atual governo federal é de sucatear as Universidades Públicas que são responsáveis por 90% da pesquisa científica nacional. Para se ter uma ideia, o governo Temer cortou 44% dos recursos do orçamento que iriam para as áreas de educação superior, ciência, tecnologia e inovação”.
O presidente da Adufc explicou que a opção deliberada do governo federal é levar a cabo um ajuste fiscal, com o objetivo de reduzir os gastos da máquina pública. Enio alertou a medida trouxe consequências desastrosas para as áreas sociais. “O que está por trás desse ajuste fiscal é a intenção do governo de produzir superávit primário nas contas para pagar os juros da Dívida Pública”.
Enio lembrou que a aprovação da Emenda Constitucional 95 cumpre o papel de contingenciar os gastos nas áreas sociais, impedindo o investimento em educação, saúde, segurança pública, “mas não proíbe o pagamento do serviço da Dívida”, segundo ele.
“É uma situação extremamente delicada. O país pagando juros abusivos ao sistema financeiro, que tem lucrado uma fábula com o modelo rentista adotado no Brasil, enquanto as Universidades e os cientistas estão sem dinheiro para manterem as suas pesquisas”.
O presidente da Adufc-Sindicato finalizou ao apontar alguns caminhos para a retomada da pesquisa científica no Brasil. Para ele é preciso o governo federal rever imediatamente a política de investimento no setor. Enio Pontes defendeu que o governo retome, pelo menos, os níveis de investimento de 2014, que ficaram em torno de R$ 10 bilhões. Outra saída apontada pelo presidente da Adufc foi a criação de uma política de estado para a ciência e tecnologia, que privilegie os institutos de fomento à pesquisa.