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SEMINÁRIO DISCUTE AS CONCEPÇÕES E MODELOS DAS UNIVERSIDADES PÚBLICAS

Lideranças sindicais, professores, estudantes e convidados participaram, nos dias 28 e 29 de setembro, em Recife-Pe, do Seminário “Concepções e Modelos de Universidade Pública Estatal”. O evento aconteceu no auditório da Associação dos Docentes da UFPE (Adufepe), numa parceria da entidade com o Proifes-Federação.

O presidente da Adufc-Sindicato, professor Enio Pontes, representou a diretoria do Sindicato e participou da mesa de abertura, ao lado do presidente da Adufepe, professor Augusto Barreto, do presidente do Proifes-Federação, professor Eduardo Rolim, do vice-presidente do Proifes e presidente da Adufg-Sindicato, professor Flávio Silva, da presidente da Apub-Sindicato, professora Luciene Fernandes, e do presidente Sindiedutec, professor Otávio Sampaio. 

O presidente da Adufepe, professor Augusto Barreto, abriu o seminário e disse que a articulação da Adufepe com o Proifes-Federação visa contribuir com a comunidade acadêmica na perspectiva de construir um “novo projeto de Universidade”. 

Já o presidente do Proifes-Federação, professor Eduardo Rolim destacou que, apesar do cenário de crise, onde outros temas, como a defesa dos direitos dos professores e o combate às reformas do governo Temer estarem em pauta, “talvez seja o momento certo para se fazer uma reflexão de longo prazo sobre a Universidade”. 

O presidente do Proifes-Federação disse também que a entidade, juntamente com a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contte), com a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), a Adufc-Sindicato e outras entidades, estão construindo o Fórum Nacional Popular de Educação (FNPE) que, segundo ele, realizará em abril de 2018, em Belo Horizonte – MG, a Conferência Nacional Popular de Educação (Conape). 

Eduardo Rolim ressaltou ainda que o Proifes-Federação está presente “em todos os fóruns de defesa da Universidade pública, de um Brasil soberano e de um projeto de Nação”. O presidente do Proifes-Federação informou também que a Federação está buscando negociar com o governo federal questões relacionadas ao acordo firmado em 2015. “O governo sinalizou que está com uma proposta de retardar a implantação desse acordo, o que nós, evidentemente, não concordamos”, finalizou. 

Em sua fala, o presidente da Adufc-Sindicato, professor Enio Pontes, observou que, “em razão da orientação política que se tem atualmente no Brasil, o Seminário veio num momento bastante oportuno para se falar o que é a Universidade no Brasil”. Para Enio a Universidade “vinha trabalhando o ensino público e gratuito” e com a política de retrocesso do governo Temer os rumos são incertos. “O que a gente vinha trabalhando, principalmente quando se refere à produção intelectual, na pesquisa no país, está ameaçado. Como é que vai ficar tudo isso? “, questionou.

Informativo ADUFC-Sindicato

“Uma outra Universidade é possível” 

O professor da Universidade do Sul da Bahia – UFSB, Nalmar de Almeida Filho, um dos responsáveis pelo projeto de implantação da UFSB, proferiu palestra com o tema: “Uma outra Universidade é possível”. O professor fez um resgate da experiência de instalação da UFSB dentro dos contextos político e econômico da época. “Vamos fazer uma análise da concepção da UFSB trazendo para o período de 2011 a 2012, quando ela foi efetivamente implantada”, explicou. 

Após a palestra do professor Nalmar de Almeida Filho houve a realização de um painel coordenado pelo presidente do Proífes-Federação, professor Eduardo Rolim, tendo como participante a professora da Universidade Federal da Bahia (UFBA), professora Silke Weber. 

Na tarde de quinta-feira (28), aconteceu o painel com o tema: “Aspectos Estruturais da Universidade Brasileira”, e teve como participantes dos professores Edilson Fernandes (UFPE) e Maria do Socorro (UFPA). A mediação foi do presidente da Adufepe, professor Augusto Barreto. O professor Edilson Fernandes (UFPE) fez um relato histórico da criação das Universidades no mundo até a chegada do ensino superior o país. 

Já a professora Maria do Socorro (UFPA) abordou as questões relacionadas à política de interiorização das Universidades públicas e citou o caso da Universidade Federal do Pará (UFPA) que, segundo ela, promoveu uma forte interiorização da educação superior. “Houve uma política de inclusão dos povos indígenas e ribeirinhos no Ensino Superior, fruto da política de interiorização acentuada nos últimos 12 anos”, enfatizou. 

O presidente da Adufc-Sindicato, professor Enio Pontes, comentou acerca do processo de desenvolvimento das Universidades brasileiras e lembrou que o governo federal promoveu um corte de 44% nas verbas destinadas à ciência e tecnologia. Em tom de “provocação”, Enio Pontes questionou se seria possível encontrar uma saída para o financiamento à pesquisa levando-se em conta o cenário atual. 

Internacionalização da Universidade Brasileira 

O ex-reitor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), professor Carlos Alexandre Netto, abriu o último dia de Seminário, sexta-feira (29). O ex-reitor ministrou palestra sobre a “Internacionalização da Universidade Brasileira – o desafio das Ifes”. 

Para Carlos Alexandre “a internacionalização é uma forma recente da Universidade se afirmar frente a sociedade e as outras instituições de ensino superior”. O ex-reitor da (UFRGS) também reforçou que, “por questão de princípio”, a Universidade deve ser autônoma, exercitar a democracia interna e ter caráter inclusivo. 

Em intervenção à fala do ex-reitor da (UFRGS), o presidente da Adufc-Sindicato, professor Enio Pontes, comentou sobre a falta de uma política de formação de pesquisadores. Enio argumentou que no Brasil não há um projeto de formação específica para quem deseja ser pesquisador. “Nós tentamos fazer pesquisa real no Brasil, mas a figura do pesquisador é muito difícil identificar”. 

O presidente do Sindicato ressaltou que fora do país a figura do pesquisador é reconhecida e respeitada. “Morei na Alemanha à época do meu doutorado e senti o respeito dos alemães aos pesquisadores”. Enio finalizou ao questionar a firmação do ex-reitor da (UFRGS), professor Carlos Alexandre Netto, de que havia dinheiro na Capes para investimento em pesquisa. “O governo está cortando 44% da verba para pesquisa no Brasil. Eu tenho um projeto com a Capes há quase 20 anos, mas muito desse projeto nós fizemos com os nossos próprios laboratórios”, criticou.

Manifesto em Defesa da Universidade Pública e Gratuita 

Os participantes do Seminário “Concepções e Modelos de Universidade Pública Estatal”, representando as suas entidades elaboraram e divulgaram um manifesto em defesa da Universidade pública e gratuita. O professor Enio Pontes foi um dos líderes sindicais que assinaram o manifesto. 

Para ele é fundamental que a Universidade Pública continue exercendo o seu papel de inclusão social por meio do acesso democrático ao ensino superior público e gratuito. “São inaceitáveis os ataques do governo Temer ao ensino superior público no país. A sociedade deve se mobilizar para derrubar a Emenda Constitucional Nº95 que representa uma violência contra as políticas públicas, sobretudo na área de educação”. 

Confira na íntegra o manifesto: https://goo.gl/TRcNkP

Informativo ADUFC-Sindicato

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