O auditório da Capes em Brasília esteve praticamente lotado, na última quarta-feira (28), para receber representantes do setor de educação de todo o país que participaram da reunião conjunta do Fórum Nacional de Educação e do Comitê Nacional em Defesa da Educação Pública. O secretário-geral da ADUFC-Sindicato e coordenador adjunto do Fórum Estadual de Educação (FEE/CE), professor Enio Pontes de Deus, representou as instituições.
Os participantes discutiram principalmente os encaminhamentos das comissões de Sistematização, Monitoramento, Articulação, Mobilização e Infraestrutura. Também esteve em pauta o documento-referência da III Conferência Nacional de Educação – Conae 2018 e ainda o monitoramento e avaliação do Plano Nacional de Educação (PNE) e suas estratégias, além do trabalho realizado pelos Fóruns Permanentes de Educação nos estados.
Para Prof. Enio Pontes, “o encontro foi extremamente proveitoso porque permitiu a interlocução entre os integrantes das comissões estaduais para uma importante troca de informações que servirão, em breve, para traçar as próximas estratégias das comissões locais, sempre em sintonia com o Fórum Nacional. “
Em relação ao posicionamento do Ministério da Educação quanto a aprovação do documento-referência para a realização do Conae-2018, Enio criticou a postura do órgão em querer alterar o texto apresentado pelas entidades de educação, ao fazer destaques a pontos polêmicos como o financiamento e a gratuidade do ensino superior. “O Ministério da Educação procurou dificultar a aprovação do documento-referência para a realização do Conae 2018, além de alterar o texto que foi aprovado pelo Fórum Nacional de Educação e demais entidades. O órgão quis modificar até a data de realização do evento, contrariando o FNE”, explicou.
Apesar da resistência do Ministério da Educação, a Comissão de Sistematização aprovou o documento-referência, cujo tema é “A Consolidação do Sistema Nacional de Educação e o Plano Nacional de Educação: monitoramento, avaliação e proposição de políticas para a garantia do direito à educação de qualidade social pública, gratuita e laica”.
Aproveitando a mobilização, os participantes do encontro também discutiram estratégias conjuntas entre os profissionais de educação dos setores público e privado para combater as propostas de privatização do ensino e também contra os ataques aos direitos dos trabalhadores de uma forma geral.
Ficou definido que as entidades de educação farão pressão junto aos parlamentares, integrantes dos Poderes Executivo e Judiciário, por meio de grandes manifestações públicas em todo o país nesta sexta-feira, dia 31.03, debates nos locais de trabalho entre 17 e 20 de abril; mutirão nos bairros em defesa da educação pública e contra as terceirizações e as reformas da Previdência e trabalhista, entre os dias 24 e 27 de abril e greve geral no dia 28 de abril.