(Fotos: ANDES-SN)
A ADUFC-Sindicato esteve presente no 65º Conad do ANDES-SN, que ocorreu de 15 a 17 de julho em Vitória da Conquista (BA), reunindo 192 docentes de todo o país. Participaram do evento o presidente do sindicato, Prof. Bruno Rocha, e a secretária-geral da entidade, Profª. Helena Martins. No encontro foi debatido o enfrentamento ao bolsonarismo, aos ataques à educação e às opressões. Docentes também aprovaram os planos de lutas gerais e dos setores das Federais, Estaduais e Municipais do Sindicato Nacional. O tema deste ano foi “Retorno presencial com condições de trabalho e políticas de permanência para fortalecer a luta por Educação Pública e liberdades democráticas”.
O evento é o segundo espaço mais importante de deliberação do Sindicato Nacional, atrás apenas do congresso anual – o mais recente foi realizado de 27 de março a 1º de abril em Porto Alegre (RS) e pautou parte dos debates deste Conad. “Foi muito importante para nós, que compomos a ADUFC, estar presente em mais um espaço promovido pelo ANDES-SN de exercício da democracia e defesa da educação pública, gratuita e socialmente referenciada ”, destaca o Prof. Bruno Rocha. Para a Profª. Helena Martins, que também esteve no Conad, “esses encontros construídos pelo nosso Sindicato Nacional são fundamentais para fortalecer a nossa luta nacional pela educação e pela valorização da categoria docente”.
A primeira plenária temática do 65º Conad, realizada na tarde de 15 de julho, teve como objetivo atualizar o debate do ANDES-SN sobre conjuntura e movimento docente. Foram apresentadas e debatidas teses do caderno de texto e seus anexos. A presidenta do Sindicato Nacional, Profª. Rivânia Moura, defendeu a tese do ANDES-SN, segundo a qual, a partir do cenário internacional, o Brasil continua sendo impactado pela crise capitalista, que iniciou em 2008 e se acirrou após 2020, com o discurso ultraliberal do mercado de se recuperar frente à pandemia de Covid-19 à custa da vida dos/as trabalhadores/as.
A docente destacou ainda o cenário de lutas da América Latina, com recentes eleições que concretizaram vitórias de governos do campo popular. No âmbito nacional, a violência política, os ataques à educação e aos direitos sociais e trabalhistas foram destacados, juntamente com a necessidade de unidade na luta para enfrentar o bolsonarismo nas ruas e nas urnas.
Após as apresentações, foram abertas falas aos professores/as presentes na plenária. As manifestações dos participantes aprofundaram os temas trazidos pelos proponentes, como a interseccionalidade da luta de classe e das lutas contra o machismo, o racismo, o capacitismo e a Lgbtqia+fobia. Também apontaram como tarefa do Sindicato Nacional seguir na luta pela revogação da Emenda Constitucional 95 (do Teto dos Gastos), em defesa da educação pública, pela construção de uma greve do setor da Educação.
Docentes debatem ações dos grupos de trabalho e deliberam eventos temáticos
No sábado (16/7), participantes discutiram e deliberaram sobre os planos de lutas gerais e dos setores das Federais, Estaduais e Municipais do sindicato, bem como sobre os textos de resoluções desses temas encaminhados pelo 40º Congresso do ANDES-SN. Entre as temáticas debatidas estão as resoluções do Grupo de Trabalho de Políticas para as Questões Etnicorraciais, de Gênero e Diversidade Sexual para fortalecer a luta do ANDES-SN contra as opressões; do Grupo de Trabalho de Políticas Educacionais (GTPE), entre outros.
Neste contexto foram encaminhadas várias ações, como a ampliação do debate sobre a luta das pessoas com deficiência e a luta anticapacitista, além da realização, em 2023, do III Seminário Nacional Integrado, organizado pelo GTPE, que inclua o V Seminário Nacional de Mulheres do ANDES-SN, IV Seminário Nacional de Diversidade Sexual e V Seminário Nacional de Reparação e Ações afirmativas do ANDES-SN. Também deverá ocorrer, no próximo ano, o III Seminário Intercultural, organizado pelos grupos de trabalho.
Em relação às políticas de educação, o debate centrou-se na atualização do plano sanitário elaborado pela categoria para o retorno seguro às atividades presenciais, no enfrentamento ao Reuni Digital e outros ataques à educação, bem como a outras ações em defesa das condições de trabalho e da qualidade do ensino público. Para isso, será realizado o VII Seminário Estado e Educação, ainda no segundo semestre deste ano, tendo como eixos norteadores o Ensino Emergencial Remoto (ERE), ensino híbrido e militarização da educação e defesa de cotas.
A plenária do Conad também se dedicou ao debate e à votação de questões relativas às políticas de ciência e tecnologia, como ampliar a participação do ANDES-SN, especialmente por meio das seções sindicais, nas atividades e estudos da entidade Auditoria Cidadã da Dívida (ACD), da qual a ADUFC já participa no Ceará, além de aprofundar a luta pelo aumento de recursos para as universidades públicas estaduais e municipais e para os institutos federais e Cefet.No domingo (17), último dia do encontro, docentes iniciaram as atividades com a aprovação das contas do ANDES-SN. Após considerações, delegadas e delegados aprovaram as prestações de contas do exercício de 2021 da entidade, do 40º Congresso do Sindicato Nacional, incluindo a previsão orçamentária para 2023. Também foi aprovada, por aclamação, a cidade de Campina Grande, na Paraíba, como sede para o 66º Conad. A Associação dos Docentes da Universidade Federal de Campina Grande (Adufcg SSind) será responsável pela organização do encontro.