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12/8 – Conselho de Representantes da ADUFC avalia Plenárias Setoriais/UFC e volta a debater organização sindical nacional

Trecho da apresentação da ADUFC na reunião do Conselho de Representantes do dia 12 de agosto (Foto: ADUFC-Sindicato/Reprodução)

O relato das Plenárias Setoriais e das primeiras semanas de implementação do Plano Pedagógico Emergencial (PPE) da UFC, assim como a retomada dos debates sobre organização sindical nacional encabeçaram a reunião do Conselho de Representantes (CR) da ADUFC, nesta quarta-feira (12/8). O encontro também serviu como momento de análise da conjuntura nacional, deliberando pela discussão sobre o movimento Fora Bolsonaro, que deve ser aprofundado em Assembleia Geral com data a ser definida, e seus desdobramentos nas frentes e fóruns dos quais a ADUFC participa.

Os anúncios de cortes orçamentários e os graves ataques à autonomia universitária e a todas as esferas da educação voltaram a pautar a urgência da retomada da reorganização sindical da ADUFC no âmbito nacional. O debate sobre a possibilidade de refiliação ao Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN) já havia sido reiniciado em Assembleia Geral em novembro de 2019, mas foi interrompido por conta da pandemia de Covid-19. A definição de um calendário de debates sobre organização sindical nas unidades acadêmicas também havia, inclusive, sido aprovada nessa AG.

O ANDES-SN reúne hoje a ampla maioria dos docentes das universidades federais – de 60 delas, em um universo de 68 existentes. A diretoria da ADUFC retoma o necessário debate num momento crucial, quando se intensificam os conjuntos de ataques feitos de maneira sincronizada pelo governo de Jair Bolsonaro. O CR aprovou a realização de um ciclo de sete plenárias setoriais para a retomada das discussões nas três universidades federais do Ceará – UFC, UFCA e UNILAB. Também deverá ser agendado um amplo debate na série de lives #EMPAUTA, da ADUFC, com representantes do ANDES-SN.

ADUFC-Sindicato participou como convidado do 39º Congresso do ANDES-SN, em São Paulo. (Foto: ANDES-SN/Divulgação)

Avaliação das Plenárias Setoriais: cenário de problemas e incertezas na retomada

O Conselho de Representantes recebeu informações de todas as cinco plenárias das unidades acadêmicas da UFC deliberadas em Assembleia Geral e realizadas pelas ADUFC entre os dias 16 e 24 de julho. Ao todo, 216 docentes participaram desses momentos – ocorridos de forma remota devido ao distanciamento social – e apontaram diversos problemas na execução do PPE.

Iniciando o calendário, a primeira plenária envolveu FACED, CH, IEFES e ICA no dia 16 de julho. Professores relataram uma mudança de paradigma do ensino presencial para o remoto e muitas incertezas sobre o que pode e não pode ser feito no processo de retomada das atividades. Também sinalizaram uma falta de efetividade pelo fato de o processo não ter sido proposto e implementado coletivamente e um “vazio institucional” associado à inoperância no uso do tempo para construção de uma proposta que atendesse a todos. Risco de evasão silenciosa com a possibilidade de supressão de disciplinas, perigo da adesão a plataformas privadas e ameaças ao sistema de bolsas foram pontuados. Na ocasião, foram apresentados o projeto “Ser de Humanas na Pandemia” do CH e o processo de construção do plano colaborativo para atividades emergenciais da FACED, lançado no dia 5 de agosto.

Plano “Participar e Incluir: por uma pedagogia colaborativa no contexto da pandemia” foi lançado pela FACED-UFC no dia 5/8

No dia 21/7, a segunda plenária reuniu docentes do CC, CCA, CT e Instituto UFC Virtual, e que sinalizaram, entre outros problemas: mal funcionamento das plataformas, baixa frequência nas aulas, autorização de matrículas em disciplinas com choques e atraso na entrega dos chips prometidos pela reitoria. Os/as professores/as também estavam preocupados com a não renovação de contratos de substitutos e com as dificuldades de realização de aulas práticas na modalidade remota. 

No dia seguinte, a terceira plenária reuniu FFOE e FAMED, quando foram sinalizados um plano de acessibilidade incipiente, ausência completa de discussão em algumas unidades e preocupações sobre manobras em reuniões dos Conselhos Superiores da UFC. Os participantes também demonstraram inquietação quanto às condições de trabalho e treinamento efetivo para docentes e à inexistência de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e itens de limpeza nas unidades acadêmicas.

A penúltima plenária foi realizada no dia 23 de julho, com os campi do interior. Na ocasião, os principais relatos apontaram para a opção por plataformas institucionais ou abertas e por problemas de acesso, além de preocupação com planos de disciplinas que trazem atividades presenciais previstas e com contratação/afastamentos de professores. Dificuldades específicas como transporte para estudantes e até mesmo para a aquisição dos chips foram relatadas.

No dia 24 de julho, a plenária com FADIR, FEAAC e LABOMAR encerrou o ciclo. Os/as docentes entenderam como inaplicável a oferta de chips aos estudantes como estratégia de inclusão e apontaram problemas decorrentes da não suspensão do calendário acadêmico – acrescentando que a adesão de estudantes e professores se deu por “cansaço e desgaste”. Os cursos práticos, segundo os relatos, foram afetados sobremaneira.

Docentes propõem e encaminham sugestões através das Plenárias

As Plenárias Setoriais da UFC foram apontadas como uma espécie de caixa de ressonância para muitas inquietações dos/as docentes sobre a retomada das atividades. Mas também como um momento de partilha e escuta. Entre as principais sugestões dos/as docentes nas plenárias, temos:

. Semestre suplementar e/ou não obrigatório;
. avaliação ampla das condições socioeconômicas e psicológicas da comunidade;
. ampla ação de inclusão digital;
. possibilidade de supressão da impossibilidade do ensino presencial de acordo com a peculiaridade, e de os cursos/unidades estabelecerem os melhores parâmetros para decidirem sobre essas questões;
. priorização de formandos e ingressantes;
. colaboração de grupos de professores em disciplinas obrigatórias.

Os/as participantes das Plenárias também encaminharam alguns pontos a serem exigidos da Administração Superior, como:

. Solicitação de informações sobre recursos da assistência estudantil;
. transparência sobre contratos de aquisição dos chips;
. explicações sobre acordos com plataformas privadas;
. levantamento de vagas não repostas, contratos não renovados e concursos em aberto ou finalizados sem a devida nomeação;
. garantia de que os afastamentos possam ser mantidos para docentes que estão em atividade de qualificação;
. apoio às estratégias alternativas, durante o período de execução do PPE, garantindo a autonomia de cursos e unidades;
. solidariedade permanente às representações estudantis nos conselhos superiores e no DCE;
. garantia de reposição de aulas práticas e de campo quando for possível presencialmente com a fiscalização da segurança;
. negação do retorno presencial obrigatório sem o devido comprometimento institucional com as medidas de segurança e higiene adequadas.

Afastamentos: UFC continua desobedecendo decisão judicial

Entre os informes dados na reunião do CR, foi reforçado também que a UFC é a única das três universidades federais do Ceará a se recusar a obedecer a decisão judicial que suspende a aplicação do decreto 9.991/2019. O ato normativo regulamenta dispositivos da Lei nº 8.112/1990, quanto à concessão de licenças e afastamentos para ações de desenvolvimento. Em janeiro, a ADUFC havia protocolado junto à 7ª Vara Federal da Seção Judiciária do estado uma ação civil pública que pede a inaplicabilidade do decreto às instituições federais de ensino superior do estado. Em junho último, o Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5) negou o pedido de liminar das universidades, que tentam manter a aplicação do decreto.

A direção da ADUFC informou que tanto a UNILAB quanto a UFCA já deram a garantia de que não haveria o descumprimento da decisão. A UFC, no entanto, não deu resposta e tem aplicado o decreto mesmo assim. “Temos de ficar de olho porque realmente a UFC está sendo gerida por quem não obedece sequer às decisões judiciais que o sindicato consegue obter em relação aos direitos dos professores”, disse o Prof. Bruno Rocha, presidente do sindicato. Ele relembrou que a Assessoria Jurídica da ADUFC pode ser acionada pelos/as docentes que estiverem sendo pressionados a retornar a seus departamentos, desobedecendo a decisão do TRF5 (informações pelo email: juridico@adufc.org.br).

PADs devem ser revistos na UNILAB

A Profª. Ana Paula Rabelo, que também integra a direção do sindicato e é docente da UNILAB, reforçou que a reitoria se comprometeu, em reunião com a ADUFC no dia 23 de julho, a obedecer à decisão judicial sobre os afastamentos. O encontro pautou ainda o Estatuto da UNILAB e os Processos Administrativos (PADs) contra docentes. “Estamos historicamente marcados por processos administrativos politizados. É uma trajetória muito feia para uma universidade tão nova e já sangrada”, lamentou Ana Paula.

A diretora informou ao Conselho que a ADUFC já havia acionado o Ministério Público que sugeriu a assinatura de um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) pela reitoria da UNILAB, a fim de garantir que não sejam abertos processos com finalidades de perseguição política e sem sindicância e que estes sejam encaminhados para arquivamento. Segundo a atual reitoria, a revisão de fluxos e procedimentos burocráticos internos deve implicar uma reavaliação dos processos em curso. A relatoria da reunião pode ser lida no site da ADUFC.

Soma de forças em defesa do serviço público

Na ampliação da luta em defesa do serviço público e da educação de qualidade, foi informado ao CR que a ADUFC acaba de se somar à Coordenação Geral do Fórum Permanente em Defesa do Serviço Público no Ceará. Eleita nesta terça-feira (11/8), em plenária online, a nova coordenação segue à frente do Fórum até dezembro de 2020.

Junto à ADUFC, compõem a coordenação: Sindicato dos Trabalhadores da Justiça Federal no Ceará (SINTRAJUFE/CE), Conselho Regional de Serviço Social (CRESS-3ª Região), Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (SINAL-Fortaleza) e Sindicato dos Analistas Tributários (SINDIRECEITA-CE). Com apoio de dirigentes da ADUFC, o grupo já está organizando uma campanha de valorização do serviço público e fechou um debate ao vivo sobre Estabilidade no serviço público como proteção da sociedade, que será transmitido no YouTube e nas redes sociais do Fórum (Facebook e Twitter): próxima sexta-feira (21/8), às 16 horas.

Também como encaminhamentos aprovados na Reunião do CR, foi confirmada novamente a participação da ADUFC no Grito dos Excluídos deste ano (7 de setembro) contra o governo Bolsonaro, e a intensificação da campanha para votação do Fundo de Desenvolvimento e Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), que já havia conquistado uma vitória importante em julho último.

Seção sindical dos Docentes das Universidades Federais do Estado do Ceará

Av. da Universidade, 2346 – Benfica – Fortaleza/CE
E-mail: secretaria@adufc.org.br | Telefone: (85) 3066-1818

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