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CASAS DE CULTURA ESTRANGEIRA – Maior projeto de extensão da UFC também deve ser prejudicado por imposição de aulas remotas

Queda de qualidade de ensino e aprendizado, além de possíveis índices altos de evasão estão entre as preocupações de professores do maior projeto de extensão da Universidade Federal do Ceará (UFC) diante da imposição da realização de aulas remotas durante a pandemia de Covid-19, previstas para terem início no dia 20 de julho próximo. Ao todo, 49 professores ministram aulas nas sete Casas de Cultura Estrangeira da UFC, que possui cerca de 4 mil alunos da própria universidade e de fora dela. Assim como nos cursos de graduação, o clima é de apreensão, diante do acesso inexistente ou ilimitado de condições básicas para a realização das atividades remotas. Fatores ligados a treinamento insuficiente do corpo docente e questões psicológicas relacionadas à pandemia também preocupam.

Casas de Cultura Estrangeira da UFC (Foto: Divulgação/UFC)

Todas as unidades das Casas de Cultura realizaram um recente diagnóstico do perfil de seus estudantes para o possível desenvolvimento de atividades acadêmicas remotas durante a pandemia da Covid-19. De acordo com o coordenador geral, Marcos Norelle, cerca de 60% dos alunos que responderam ao questionário virtual afirmaram ter condições de acompanhar aulas remotas, mas boa parte relatou problemas diversos como: falta de infraestrutura, questões familiares, acesso limitado à internet. “Muitas vezes dividem o quarto ou a casa com várias pessoas. São muitas as questões que interferem no aprendizado. Aos que têm pouco acesso a internet vamos tentar outras alternativas também, como prazo maior para execução das tarefas”, diz Norelle.

As preocupações do coordenador, que também é professor da Casa de Cultura Britânica, assemelham-se às citadas em consulta digital realizada pela ADUFC em abril último, quando mais de 77% dos docentes da ativa que responderam à pesquisa se opuseram à substituição da carga horária das disciplinas presenciais por aulas remotas. “Não é o que queremos e não fomos preparados adequadamente para isso e estamos tentando nos adaptar, mas a qualidade pode cair bastante”, teme o professor.

As preocupações de Marcos Norelle e dos outros quase 50 professores das Casas de Cultura têm razão de ser. As unidades de ensino de línguas têm especificidades que ficam bastante comprometidas com a realização exclusiva de aulas remotas: são as quatro habilidade desenvolvidas nas aulas (leitura, fala, escrita e audição). “Na casa de Cultura Britânica, por exemplo, fizemos reunião com os 20 professores e entendemos que algumas habilidades vão sofrer, como a fala. Em aulas remotas provavelmente vamos ter de focar mais em gramática, vocabulário e escrita”, diz.

“Dano formativo pode ser irreparável” – relembre Manifesto da ADUFC

No último dia 12 de junho, o Conselho de Representantes da ADUFC divulgou amplamente junto à sociedade, longo manifesto apontando que “o dano formativo pode ser irreparável, devido à descontinuidade do aprendizado e ao represamento de estudantes, fatores agravantes para a evasão”. O manifesto aponta que, desde o início da pandemia, as ações da UFC têm gerado bastante insegurança sobre o trabalho docente, ignorado as situações complicadas do trabalho remoto para quem tem filhos, parentes idosos ou com comorbidades e assédio a professores que não aderiram ao sistema remoto.

Para o Conselho de Representantes da ADUFC, a proposta da PROGRAD não avança neste sentido e desconsidera o fato de que alguns docentes não têm meios para realização dessas atividades no ambiente doméstico. “Desconsidera, ainda, que professores/as apresentando comorbidades não podem se deslocar aos campi para realizar essas aulas com equipamentos da universidade”, aponta o documento, acrescentando que a universidade apresentou ainda “um treinamento açodado que não considera os diferentes perfis e idades dos docentes, onde as tecnologias são uma mudança de paradigma no que diz respeito a aulas remotas”. E que “sequer a doença e o luto de familiares são considerados neste cenário de agravamento da pandemia, com afrouxamento de medidas de afastamento social em pleno pico de casos e mortes no estado e no país”.

(*) LEIA AQUI o Manifesto do Conselho de Representantes da ADUFC: “Retorno das aulas na UFC em tempos de pandemia”.

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