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CONSULTA DIGITAL – Quase 82% dos docentes que responderam pesquisa da ADUFC defendem suspensão do calendário acadêmico

A manutenção ou suspensão do calendário acadêmico, o recorte social na Universidade Federal do Ceará (UFC) e a viabilidade (ou ausência dela) de atividades remotas e de EaD foram ponto de discussão de
pesquisa lançada pela ADUFC, entre os últimos dias 14 e 21 de abril. Por meio de formulário digital, o questionário foi direcionado às/aos docentes ativos da UFC e respondido por 817 deles/as. Destes, 81,8% manifestaram-se a favor da suspensão do calendário acadêmico durante o período de isolamento social em decorrência da pandemia de Covid-19. Sobre a substituição da carga horária das disciplinas presenciais por aulas remotas, no mesmo período, 77,6% dos/as docentes afirmaram ser contra.

O formulário foi pensado pela Diretoria da ADUFC como uma via para escuta dos professores e das professoras acerca desse debate. Levou-se em consideração os novos fatores sociais e pessoais trazidos à tona pela pandemia e especificidades da docência no ensino superior público. Participaram da pesquisa docentes das 17 unidades acadêmicas: quatro Centros, cinco Faculdades, quatro Institutos e os quatro Campi do interior.

“Nossa ideia foi também ouvir os professores e as professoras, para que apontassem suas opiniões e a situação atual de impossibilidade de continuar com aulas, mesmo que remotas”, explica o presidente da ADUFC, Prof. Bruno Rocha. De acordo com ele, o questionário proposto auxiliará para que o sindicato consiga construir argumentos democráticos e autônomos para a discussão. “E para que possamos propor soluções
que se alinhem ao pensamento da comunidade docente da UFC”, acrescenta.

81,8% defendem suspensão do calendário 

Para a pergunta “Você é favorável à suspensão do calendário acadêmico durante o período de isolamento social em decorrência da pandemia de Covid-19?”, 669 docentes responderam que SIM, o que corresponde a 81,8% dos participantes. Outros 11,75% (96 docentes) se manifestaram contra a suspensão e 52 docentes – 6,3% das respostas – não se julgaram esclarecidos o suficiente para opinar.

Já para a pergunta “Você apoia que, durante esse período, a carga horária das disciplinas presenciais seja substituída por aulas remotas?”, 77,6% dos participantes da pesquisa (634 docentes) responderam que NÃO, contra 14,8% que apoiam essa substituição. Outros 7,6% dos docentes não se sentiram esclarecidos o suficiente para opinar.

Estudantes sem acesso tecnológico são preocupação quase unânime

O questionário teve por base a Resolução do CONSUNI aprovada em sessão extraordinária pela Internet, realizada no dia 30 de março, e que já impossibilita aulas práticas e trata das questões peculiares dos estágios e internato. A pós-graduação não foi o foco da pesquisa da ADUFC, já que ela foi tratada separadamente na Resolução e a graduação foi o grande entrave da decisão. A maioria dos professores e professoras que responderam o formulário (65,4%) ministra mais de duas disciplinas na graduação. E 13,8% deles/as ministram mais de quatro disciplinas.

É nítida a preocupação dos/as docentes com a qualidade do aprendizado e com a comunidade estudantil nesse embate. Entre os que se manifestaram contra a substituição de aulas presenciais por remotas, a exclusão de discentes sem acesso tecnológico foi o argumento mais apontado (96,2%). A possibilidade de afetar negativamente a qualidade do ensino/aprendizado também foi apontada (85,8%), seguida da ausência de planejamento prévio e de previsão nos Projetos Pedagógicos dos cursos (71,4%) e falta de treinamento e/ou
recursos tecnológicos (64,8%). Cerca de 29% dos participantes também afirmaram que tomaram a decisão porque sua unidade acadêmica não concorda com a substituição. Lembrando que a justificativa para ser contra essa substituição possibilitava uma ou mais respostas.

Já entre os que se manifestaram a favor da substituição de aulas presenciais por remotas, a manutenção de uma rotina com os discentes foi o argumento mais apontado (86,3%), seguido de eficiência do uso de tecnologias e plataformas virtuais (62,4%), manutenção do calendário acadêmico (53%) e a possibilidade de os docentes/cursos tomarem a decisão sobre as aulas (42,7%). Cerca de 18% afirmaram que tomaram a decisão baseando-se na aprovação, por sua unidade acadêmica, dessa substituição. Esse quesito também permitiu a marcação de mais de um item.

Falta de estrutura laboral para aulas remotas é apontada por 69,4%

Desde a decisão de suspensão temporária de aulas presenciais, apenas 15% afirmaram vir dando aulas remotas de forma regular. Os demais, ou não estão dando aula forma alguma (43,6%), ou não vêm dando aulas
remotas, mas propondo outras atividades por meio virtual (41,3%). Já para os que têm realizado aulas remotas, o percentual de presença discente chega a entre 75% e 100% em apenas 38,2% dos casos. A frequência nas aulas remotas ministradas chega de 50% a 75% em 22,8% dos casos; de 25% a 50% em 15,4% dos casos; e 0% a 25% em 4,9% dos casos. No entanto, 18,7% dos/as docentes que mantêm atividade remota não exigem frequência.

Com base na experiência particular de cada docente e, nas atuais circunstâncias, também foi perguntado a eles/elas que fatores dificultam a manutenção da rotina de aulas por meio remoto, conforme proposto
pelo Ministério da Educação (MEC). Com possibilidade de marcação de mais de uma resposta, os participantes apontaram prioritariamente a falta de estrutura laboral (69,4%), seguida por: fatores psicológicos (41,9%), cuidado com familiares por estarem no grupo de risco (30,7%), cuidado com filhos pequenos (28,7%) e cuidado consigo por estar no grupo de risco (22,2%). Afirmaram não sentir dificuldades 17% deles/as.

Aulas remotas foram tema da série #EMPAUTA 

https://www.youtube.com/watch?v=0hsNejtbMjA

O ensino remoto na atual situação de pandemia e os impactos na educação pública também já haviam norteado, no dia 13 de abril, a quinta edição do #EMPAUTA  – série de transmissões ao vivo que a ADUFC vem promovendo semanalmente. Na ocasião, foram avaliadas as implicações pedagógicas da substituição de aulas presenciais por remotas na UFC nas atuais circunstâncias. Foram apontadas ainda faltas como planejamento, treinamento e condições tecnológicas adequadas e o peso delas na ação pedagógica. A relação dos governos com empresas privadas de tecnologia educacional também foi outro ponto debatido na transmissão, bem como os riscos da massificação de aulas e atividades remotas influir conteúdos e metodologias de ensino na educação pública. Participaram da transmissão e responderam perguntas dos internautas: Heulália Rafante, professora do Departamento de Fundamentos da Educação e Diretora da Faculdade de Educação da UFC; Jacqueline Ramos, coordenadora de disciplina no Curso de Pedagogia EaD, também da UFC; e ainda Salomão Ximenes, professor de Políticas Públicas da Universidade Federal do ABC (UFABC). A conversa foi mediada pela professora Irenísia Oliveira, vice-presidente da ADUFC e coordenadora do Curso de Letras Diurno da UFC.

(*) Confira abaixo como votou cada unidade acadêmica:

Seção sindical dos Docentes das Universidades Federais do Estado do Ceará

Av. da Universidade, 2346 – Benfica – Fortaleza/CE
E-mail: secretaria@adufc.org.br | Telefone: (85) 3066-1818

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